segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button. Haja curiosidade para enxergar a beleza.


Li muitas críticas sobre o filme, O Curioso Caso de Benjamin Button, e o que mais me chamou a atenção foi perceber a dificuldade de algumas pessoas em perceber a verdade de uma obra. Tem gente mais preocupada em mostrar que entende de cinema do que qualquer outra coisa. Falam em exageros técnicos, furos no roteiro e dos clichês do diretor, David Fincher. Outros, fazem uma análise fria, técnica, imparcial. Mas apenas poucos têm a inteligência e a sensibilidade de perceber a beleza da mensagem do filme. Afinal, só enxerga quem tem olhos para ver. Porque quando se vai ao cinema é preciso levar para o escurinho o próprio repertório de vida. O coração tem que estar aberto e a mente livre para reflexões.
O Curioso Caso de Benjamin Button é uma homenagem à vida, ao amor, aos relacionamentos com as pessoas importantes ao longo de nossa história. Também fala do poder indissolúvel do tempo. Às vezes, um inimigo perverso, outras vezes, um amigo fiel. Seja como for, a nossa felicidade gira em torno dele. O relógio de Benjamin Button, um bebê que nasce com oitenta anos de idade, anda em sentido contrário. E, mesmo com toda a solidão de quem veio ao mundo fora do padrão estabelecido pela genética, ele encara cada experiência vivida com uma dignidade impecável. As descobertas de um adolescente num corpo de velho, o caso maduro com uma mulher mais velha e a relação de amor complexa com a amiguinha de infância. Um amor repleto de desencontros pela diferença de idade física e mental de ambos. Mas que de tão verdadeiro e incondicional, ultrapassa os desejos carnais e acaba encontrando espontaneidade como passar do tempo.
Benjamim, com seu olhar doce e infantil, nos faz enxergar a beleza da condição humana. Na alegria, na tristeza, nas descobertas e nos acasos.
O Curioso Caso de Benjamin Button é doce, delicado, bonito e íntegro. Desde a história até o seu personagem principal.
Quem tem olhos que veja.