quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

“Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo”.


Em 2009 quero um lindo castelo.

Se eu fosse citar uma frase para sintetizar a minha vida, sem dúvida nenhuma seria esta de Fernando Pessoa.
As pedras... Juntando uma por uma eu construiria muito mais do que um castelo. Faria uma cidade inteira. Um país. Um mundo onde as palavras verdade, compreensão, tolerância, felicidade fossem lei.
É verdade, quem vê cara não vê coração. Frase feita, mas perfeita. E digo mais: quem vê cara não vê história de vida. Não vê as batalhas sofridas.
E quem me vê nem imagina as pedras que tirei do meio do caminho. A vida é linda. E acho que pela lei divina, estamos aqui por um único motivo: ser feliz.
Isso é uma faca de dois gumes. Porque se não conseguimos alcançar este objetivo, a vida nos cobra.
É engraçado o quanto as pessoas, de um modo geral, hostilizam gente triste. A tristeza causa uma certa repulsa. A energia negativa repele, afasta. É a lei da atração no sentido contrário. Muito paradoxal isso, porque quanto mais frágeis e carentes estamos, mais afastamos as pessoas da gente.
Verdade seja dita, eu mesma já estive assim. Graças a Deus esta fase já passou.
Uma série de situações, talvez inevitáveis, mas muito difíceis.
Perda do pai. Os dias escuros de Londres. E o fato de perceber que a vida nem sempre é como planejamos. Ela simplesmente é.
Simplesmente ser. É isso que busco hoje.
Depois que você passa por momentos delicados, aprende uma coisa importante: tudo na vida é relativo. Principalmente a importância que damos para as coisas.
Uma pessoa muito importante para mim me disse uma vez: “O mundo é uma ilusão”. Acho que foi a frase mais chocante que eu já escutei. Foi realmente um divisor de águas na minha maneira de encarar o mundo.
Aí quando você pára pra pensar, começa a perceber várias coisas. Por exemplo: que a idéia de ser feliz naquela megacobertura dos seus sonhos pode não passar de uma mera ilusão. Trabalhar na empresa X, comprar o carro y, namorar fulano, ser o melhor em tudo.
Você corre e corre atrás destes objetivos e depois quando consegue alcançá-los vem aquele vazio. Sabe porque? Porque a felicidade é algo que não está fora da gente. Ela está dentro. E tudo que está fora só serve para alimentar e aumentar a nossa eterna insatisfação.
Portanto, o que eu desejo para mim mesma e para as pessoas que amo é uma coisa só: paz de espírito. Esta sim é a felicidade verdadeira. É sentir-se bem onde estamos, com quem estamos e com o que temos. É centrar-se no hoje. Nos bons momentos.
O passado já passou. O futuro não existe. E o presente, este sim, é o maior presente.

Que em 2009, você tenha belas horas, lindos minutos e inesquecíveis segundos. O seu castelo? Vá construindo.

Beijos
Samia

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Seguir os nossos instintos é sempre um dilema.
















Desde pequenos aprendemos a conter os nossos instintos. É feio chorar. Gritar então nem se fala. Depois vem a adolescência e somos ensinados que contestar é coisa de gente revoltada, rebelde. Então somos impelidos a aceitar tudo.

E assim crescemos. Seguindo padrões, protocolos.

Ignorando os nossos próprios desejos e instintos, vamos nos perdendo de nós mesmos. E o que é mais triste: deixamos de ser quem verdadeiramente somos.

Casamentos sem amor. Profissões nunca exercidas. Sonhos jamais levados à diante.

É, realmente não é fácil ir contra tudo e contra todos para fazer valer o que acreditamos.

Que fique bem claro: só podemos concretizar as nossas vontades, quando isso não implica no sofrimento de terceiros.

O filme Vicky Cristina Barcelona exemplifica bem o que estou falando, no que se refere a seguir os instintos sem magoar o próximo.

O casamento a três dos personagens principais só deu certo, porque além de ninguém ter sido traído, havia uma pureza nos sentimentos. Havia verdade.

Ou seja, eles foram fiéis aos seus instintos e sem machucar ninguém.

Claro que se trata de um filme com um roteiro escrito por um homem de carne e osso. Na vida real não é tão simples assim.

Não estou dizendo que devemos agir como animais. Nada disso. O que estou tentando dizer é que me parece ridículo abdicar da nossa felicidade apenas por um capricho da sociedade.

Levar uma vida de mentira só para fazer o que todo mundo faz, ser o que todo mundo é.

Pensar, agir e ser diferente dá muito trabalho. Mas é a única chance que conheço de alcançar a satisfação pessoal e quem sabe, a tal da felicidade.

Beijinhos

Samia