sábado, 8 de maio de 2010

Acaso, você existe?



Existe mesmo acaso? Ou será que tudo é obra do destino?

Não sei se existe, mas eu adoro acreditar que tem uma coisa mágica no ar que aproxima as pessoas, que impede uma tragédia acontecer e que faz com que você esteja no lugar e na hora certa para conseguir algo que tanto sonha.

É o acaso? Pode ser, mas pode ser também merecimento, o tal do poder da atração que tanto se falam hoje em dia. O Segredo. Que nem é mais segredo, porque já virou best seller, filme, comunidades na internet, discussão em mesas de restaurantes, seitas quase religiosas e por aí vai.

Segundo Arthur Schopenhauer, o acaso é um poder maligno que não é bom confiar muito. Porque ele nos tira o nosso livre arbítrio e “ficamos totalmente a mercê de sua bondade e graça, que nos permite até nutrir a esperança alegre de receber, no futuro e com humildade, muitos outros bens imerecidos.”

Filosofias à parte, o que realmente determina uma coisa acontecer em uma exata hora e momento? Ou uma pessoa conhecer outra que pode mudar o rumo de sua vida? O destino, algo como a predestinação? Ou temos o livre arbítrio para mudar o destino, o que significa que não existe destino?

Ao mesmo tempo que encanta, o acaso assusta. Porque ele surge no meio do nosso caminho sem dar a menor pista. Quando o acaso é bom, dizemos que é sorte, quando é ruím dizemos que é uma prova que temos que passar.
Eu que sou uma pessoa que acredita nos pequenos mistérios da vida, acho que nada acontece sem razão. Nada mesmo.
As almas não se encontram à toa, para mim, tudo está escrito. Macktub (está escrito, em árabe).

Assim sendo, concordo com Louis Pasteur “O acaso só favorece aos espíritos preparados e não prescinde da observação.”

Então fica a pergunta: podemos influenciar os eventos quânticos? E se não influenciamos, quem ou o que influencia? A nossa mente é capaz de criar algo que não existe? Atraimos aquilo que desejamos?

Pode parecer ingenuidade, mas eu acredito piamente que os nossos pensamentos têm poderes que até Deus duvida. Sim, também acredito que nós somos capazes de recriar a realidade. Acreditar nisso me faz sentir potente diante da minha própria vida, dá um certo conforto. E acho que tudo o que acreditamos existe mesmo.

Não fosse assim não haveria tamanha diversidade de cultura, valor, etinia, religião, crença e tantas, tantas outras realidades.

Aliás, relativa também é a realidade. Partindo-se deste princípio, a maior inteligência que o ser humano pode ter é tolerar as diferenças e mais do que isso: conviver bem com todas elas.

Deixo aqui um pouco da minha vã filosofia.



quinta-feira, 11 de março de 2010

Devassa estrangeira nunca mais.




A exibição de devassas estrangeiras em rede nacional está terminantemente proibida no Brasil. Penso, cá com os meus botões, que tem um toque de nacionalismo nesta censura. Imagine só, se fosse uma morena bem brasileira corpão violão, cabelos encaracolados, ah, eu aposto, seria só mais um filme de cerveja.

Tanta devassa solta por aí: na novela das oito, no big brother, no carnaval e vão logo escolher a Paris Hilton. Uma celebridade loirinha, americana, sem nada na cabeça e ainda por cima milionária.

A Juliana Paes e a Carol Castro serem chamadas de boa é permitido, tolerável. Mas a Paris Hilton receber o título de devassa é no mínimo desrespeitoso.

Devassa que é devassa tem que estar de biquíni ou sem biquíni. Mas de vestidinho curto é imoral.

Deveriam fazer uma lei proibindo a entrada de mulheres, digamos, saidinhas, em território nacional. Coitada da Madona, nunca mais ia poder visitar o seu Jesus.

Isso se chama protecionismo. Mas até que faz sentido. Imagina, tanta devassa sonhando com cinco minutinhos de fama e vem logo uma gringa branquela roubar a cena. É para ficar indignado mesmo, né!

E e o que é pior: se insinuando pela janela e chamando a atenção da plateia masculina da praia toda, além do vizinho bisbilhoteiro. O sonho de toda devassa. E logo a Paris Hilton. Aquela patricinha que tem como única preocupação na vida escolher o vestido que vai usar na próxima festa.

Um protesto em nome de todas as devassas.

Da próxima vez contratem uma devassa Bem Nacional.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Uma dica para entender as mulheres: simplesmente desista.


O universo feminino quando retratado no mundo das artes, para nós mulheres, tem sempre um significado de redenção. No cinema é bom ver as nossas emoções mais intensas na pele de outras mulheres. Dá uma sensação de alma lavada. É uma espécie de alívio imaginar, mesmo que seja por apenas duas horinhas, que aquelas atrizes maravilhosas dos filmes sofrem tanto quanto a gente, meras mortais.

Nos palcos é a mesma coisa. Um bom exemplo é a peça Confissões de Mulheres de 30, que infelizmente já saiu de cartaz em São Paulo. Com um enredo inspirado em relatos de mulheres na faixa dos 30, as personagens criam uma empatia incrível com o público feminino. Temas que às vezes levam as mulheres a arrancarem os cabelos, como casamento, grandes sonhos, sexo, trabalho e descontrole emocional, são tratados de um jeito tão divertido que a plateia com dois cromossomos iguais sai do teatro sentindo quilos mais leve de tanto rir.

E fazer com que as mulheres riam de si mesmas já é uma dádiva. Mulheres. Ah, como somos complexas!

Não é de hoje que todas as esferas do conhecimento humano tenta nos decifrar. No campo da psicologia até mesmo Freud, o pai da psicanálise, desistiu de entender as mulheres. Sua célebre frase traduz isso: "nenhum homem seria capaz de saber o que realmente povoa a cabeça de uma mulher".

Já no cinema, nunca ficou claro se o grande gênio, Fellini, conseguiu enxergar de verdade o sexo frágil. Muitos duvidam se ele ultrapassou a cortina de fumaça de estereótipos que suas personagens se escondiam.

No campo da literatura, talvez Balzac foi o que chegou mais perto de entender a alma feminina. No livro, A mulher de trinta anos, quem leu sabe do que estou falando, Balzac penetra tão profundamente nos pensamentos de Júlia d´Aiglemont, que chega a ser espantoso o quanto ficamos íntimos dela. Não é à toa que desde o século XIX, ela vem despertando grandes paixões. Uma mulher inspiradora. Pela sua força, seu temperamento, suas dúvidas, suas angústias. Seu desejo de romper com os padrões da época para sair de um casamento infeliz e fracassado. Sua vontade de existir. Tudo isso dois séculos atrás. É engraçado ver como o contexto da época muda, mas os nossos anseios continuam os mesmos.

Nos tempos de hoje, até mesmo Chico Buarque, o queridinho da mulherada, disse em entrevista que se sente um voyeur diante das mulheres e que gosta de observá-las. Mas que para ele as mulheres serão sempre grandes mistérios.

Somos misteriosas mesmo. Por exemplo: é impossível saber o valor das experiências na vida de uma mulher. É tão subjetivo. Às vezes, uma simples troca de olhares com um homem que considerou perfeito, deixa mais marcas do que aquela semana inteira que passou com o cara que descobriu ser o mais chato do planeta.

Verdade seja dita, eu, em minha condição de mulher tenho que admitir. Existem partes da alma feminina que ninguém entra. São sagradas. Guardadas a sete chaves. Protegida por arame farpado. Cerca elétrica. Um pedaço de nós mesmas que é muito íntimo. Não abrimos para ninguém. Alguns chamam isso de dissimulação, sonegação de informação. Eu chamo apenas de instinto de autopreservação. Só quem é mulher entende que este segredo não pode ser compartilhado.

Ser mulher em qualquer época nunca foi fácil, nesta geração é quase um ato de heroísmo. Uma geração que questiona tudo desde a adolescência. Que tem liberdade de escolha em todos os campos da vida. Por conta de tantas opções ficou sobrecarregada. Quer fazer bem todos os papéis ao mesmo tempo e às vezes se esquece de si mesma. Uma jornada insana.

Mas que faz de nós mulheres, muitas, mas não todas, assim tão humanas. Sofremos, choramos, nos desesperamos, enlouquecemos e no outro dia estamos prontas para outra. Prontas para acreditar nas boas intenções daquele cara. Que o seu chefe vai entender que você está de TPM. Que se o seu cabelo ficar seco ninguém vai notar. Que rivalidade feminina não existe. Que a sua autoestima é inabalável. Acreditar, principalmente, que o poder está dentro da gente. Basta querer.

É, somos fortes sim. Mesmo que muitos digam o contrário. Porque a nossa esperança é tão infinita quanto a nossa capacidade de amar.

Nossa, esta frase ficou romântica mesmo hein!