segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Os desejos femininos sempre dão o que falar.


Xeretando blogs, fui parar num texto do Marcelo Rubens Paiva, no Estadão.
Era sobre uma garota que adorava homens. Um texto com ritmo perfeito. Divertido. Adorei. (leia, você vai saber).
Aí, de novo, fui xeretar os comentários. Olha, me diverti lendo os posts.
Achei curioso ver como um assunto que parece tão manjado, ultrapassado e fora de moda causou tanto pano pra manga. Mais de 115 comentários. Ou seja, o blog bombou.

Milhões de evoluções e lá vamos nós com as mesmas questões. Homens, mulheres, relacionamentos. Desde que o mundo é mundo, os filósofos, os poetas, os escritores, os psicanalistas, os “achistas”. Todos vão ter alguma coisa para comentar sobre isso.

Tanta polêmica só porque uma mulher conhece um cara, os dois se dão superbem. Rola uma química incrível. Dormem juntos na mesma noite. E o cara desaparece. Preste atenção: eu disse dormem, soa mais romântico. Melhor do que dizer transam. Mais um tabu, só que agora este é meu.
Aí a garota conhece outro cara. Adora tudo nele, ele adora tudo nela. Dormem juntos. O cara some.
Então conhece um terceiro. Química perfeita. Mas ela resiste. Não dormem juntos. Ele liga no dia seguinte.
Moral da história. A garota conclui que os homens são mesmo uns babacas.

Aí fui fuçar os comentários da galera. Uma salada de frutas de valores.

Alguns moralistas. Poucas feministas. Muitos machistas. Um ou outro moderninho. Raríssimos românticos. Tinha até o pessoal das antigas que desde 1900 e bolinha continua dando os seus pitacos.

Cá com os meus botões eu me pergunto. Os homens é que são babacas ou as mulheres é que não conseguem bancar a própria liberdade sexual?

Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar. De forma relativa, as duas coisas. Alguns homens são mesmo uns babacas. Mesmo que tenham adorado a mulher, não ligam no dia seguinte por puro machismo. Na cabeça deles “Essa é fácil demais. Se faz isso comigo, deve fazer com todos”. Tá, pode até ser. Mas também pode ser que ela tenha gostado tanto do cara que queira ficar com ele até o resto dos seus dias. Mas aí a insegurança masculina fala mais alto. Que pena, né!

E tem mulher que se rende aos próprios instintos. Passa uma imagem de independência. Liberdade. Desapego. Só que aí, no outro dia se comporta como uma menininha: gruda ao telefone à espera de uma ligação. E se o cara não procura, ela se sente um trapo velho pronto pra ser jogado no lixo.

Para este assunto tão complexo eu como abelhuda de plantão, passo a seguinte receita. Que tal relativizar os fatos? Nem todos os homens se assustam com uma mulher liberal. Mas tem homem que acha que mulher que transa (eu disse transa, que evolução!) na primeira noite, não deve ser levada a sério. Nem todas as mulheres querem compromisso, algumas só querem sexo mesmo. Mas tem mulher que quer um relacionamento e só se entrega quando gosta muito do cara.

É, as pessoas são diferentes. As situações são únicas. Não deve haver regra. Deve haver verdade. Porque ser honesto com os próprios sentimentos, no final das contas, é o que realmente importa.

“Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento. Renda-se como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Eu sou uma pergunta.”
Clarisse Lispector


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